Hoje em dia, as pessoas só querem ouvir os áudios na velocidade 1.5 ou 2.
Vivemos numa sociedade cada vez mais apressada, com dificuldade de parar, respirar e principalmente, de ouvir o outro.
Escutar com atenção virou quase um luxo. As pessoas estão correndo tanto, tentando dar conta de tudo, que ouvir se transformou em mais uma tarefa a ser resolvida o mais rápido possível. Nem mesmo nos áudios do WhatsApp há paciência: tudo precisa ser acelerado.
Mas ouvir é parte fundamental do processo humano. Ouvir cura. Acolhe. Aproxima.
E quando a escuta é deixada de lado, isso impacta diretamente a saúde mental tanto de quem fala, quanto de quem já perdeu a capacidade de escutar com presença.
Muitas vezes, quem precisa ser ouvido está falando devagar justamente porque carrega peso demais no peito. Mas ao acelerar, a gente não só corre o risco de não entender… como também de não sentir.
A pressa pode ser útil para resolver tarefas. Mas quando se trata de pessoas, é preciso tempo.
Tempo para escutar. Tempo para acolher. Tempo para estar.
Talvez o que o outro mais precise não seja de uma resposta rápida. Mas de um silêncio inteiro, atento, presente.
Por: Jeferson Damasceno

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